Autora: Jéssica Magalhães – Psicóloga - PUC GO, Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas pela Estácio de Sá e Mentora de Carreira.
A sua comunicação é fator decisivo em uma entrevista de emprego, você sabia?
Em 1967, o professor da UCLA, Albert Mehrabian, publicou dois trabalhos de pesquisa que hoje em dia se tornaram famosos. Estes estudos mostram que apenas 7% do que comunicamos tem a ver com as palavras que usamos, enquanto que 38% é transmitido através de nosso tom de voz e 55% através da linguagem corporal. Ao confiarmos nestas informações poderíamos dizer que somos capazes de assistir a um filme em outro idioma e compreender 93% de tudo o que acontece apenas com o tom vocal e linguagem corporal.
A coach Eliziane Pivato, especialista em oratória ensina através de um vídeo no seu canal, algumas estratégias que podem ser adotadas para nos comunicar melhor ao recrutador.
Uma estratégia é ficar atendo ao ritmo/velocidade da fala do recrutador, seja rápida ou lenta, você tem impressões diferentes da forma com que ele o está considerando para aquela vaga. Não é mesmo?
Veja outros pontos importantes:
1º - Para que a conversa flua e o recrutador mantenha interessado no que você diz, é preciso se atentar para o ritmo da fala dele, ou então, o recrutador pode achar que não houve conexão entre vocês. Você deve estar se perguntado, como assim? É preciso se adaptar ao ritmo do recrutador para que a conexão aconteça.
2º - Existem algumas palavras que transmitem pouca confiança no que você diz. Aqui estão algumas:
TENTAR – esta palavra não transmite credibilidade. Quer saber como? Faça o seguinte teste, pegue qualquer objeto leve que estiver próximo de você e TENTE arremessá-lo. E aí? Como foi? Você tentou ou jogou?
A verdade é que TENTAR não transmite ação. O recrutador quer saber se você é uma pessoa de ação, de atitude para resolver problemas, oferecer soluções, é para isso que você será contratado.
ESPERO – Troque a palavra espero por QUERO, assim você transmite mais segurança e positividade.
TODOS – Quando generalizamos, utilizando “todos” para identificar um grupo de pessoas em uma situação, sabemos que a intenção é evitar dizer nomes e expor as pessoas, só que geramos dúvidas para quem nos está escutando. A palavra “ninguém” tem o mesmo efeito. Substitua por expressões como “a maioria” ou “poucas pessoas”.
3º- Se o corpo e ritmo da linguagem tem maior representação na nossa comunicação, devemos observar a motivação na entonação da fala e a postura em uma entrevista. Tenha certeza que o recrutador irá perceber se sua fala e expressão corporal estiverem em desarmonia.
Como podemos exercitar este aspecto? Se o recrutador lhe pergunta o que te interessou na vaga, seja assertivo, levante os ombros, mantenha alinhe a coluna, olhe nos olhos dele e responda com firmeza e segurança.
4º- Fale das suas conquistas, escolhas, projetos e competências (habilidades + atitudes) com orgulho e brilho nos olhos. Desta maneira o recrutador perceberá que você foi autêntico no que falou e isso contará pontos pra você.
5º- Traga sempre um sorriso (moderado) mesmo quando estiver contado situações difíceis que passou. Um sorriso transmite simpatia, resiliência, positividade e é bem melhor do que a negatividade e a tensão de um semblante fechado. Exercite!
A comunicação, postura e ritmo da fala contam muito para uma entrevista de emprego, são aspectos que podem fazer você perder oportunidades de emprego. Mesmo que você tenha muitas competências, experiências, se tiver dificuldade em transmiti-las, seus talentos não serão percebidos pelo recrutador.
Nem sempre o melhor profissional é aquele que foi aprovado em uma entrevista de emprego e sim, aquele que conseguiu comunicar melhor as suas competências, conseguindo assim, ter conexão com o recrutador.
Referência: Livro “PNL – Técnicas Proibidas de Persuassão” de Steve Allen (2018)
