Autora: Kellen Dionísio – Psicóloga (CRP 09/003484) - PUC GO, Ms. em Administração pela UFG, Coach- ICA e Consultora de RH
Como escolher uma profissão que dê retorno financeiro? Como ganhar dinheiro com a profissão que eu escolhi? Estas são perguntas recorrentes dentro das sessões que atendo de Cocahing ou de Mentoria de Carreira. Mas, esta é uma questão que deve ser respondido de fora para dentro ou de dentro para fora?
Para responder estas questões, se optarmos por sermos guiados por respostas externas, uma alternativa e recorrer às pesquisas de mercado, como a que foi realizada em julho de 2017 pela Gazeta do Povo, responsável por elencar as 10 carreiras mais promissoras de 2018. A pesquisa realizada com diversos Gestores de Recursos Humanos, elencou profissões como a de Estatístico ou Analista de Dados, devido à crescente necessidade de compilar o infinito volume de informações gerado na era da internet. Outras profissões citadas, também influenciadas pelas transformações tecnológicas, foi o de Técnico de Drone ou a profissão ligada a Marketing Digital. Outra carreira também tida como próspera é a de Gerontologia e especialista em Geriatria, em alta graças ao aumento da população idosa no Brasil. Se interessou por alguma destas carreiras? Eu fiquei imaginando se tivesse lido este ranking quando escolhi cursar psicologia, o que seria da minha escolha e o meu desejo em ajudar pessoas? Hahahaha
Quando eu tinha 14 anos de idade falei aos meus pais que queria cursar Psicologia, mas tinha três problemas: Um - ninguém na minha família sabia exatamente para que “servia” este curso; Dois - como pagar o curso (já que a única faculdade do curso na cidade que eu morava, em 1997, era particular); Três - será que dará dinheiro esta profissão? Este último foi a principal preocupação dos meus pais. Na época eu não sabia com pagaria o curso, mas estava determinada pelo desejo ardente por conquistar este desafio. Sou eternamente grata ao crédito e a confiança da minha família ao apostarem em mim e sabendo que, de alguma forma, eu conseguiria. Então entrei na universidade em 1998, consegui uma bolsa de estudo quase integral, prestando serviços para a própria universidade e atuando no grupo de teatro da mesma, também levava produtos para vender na faculdade, para as demais despesas com os estudos. Entretanto, eu nunca duvidei que “ganharia dinheiro” com a escolha profissional que eu fiz, como se fosse algo que eu não precisasse me preocupar e que aconteceria naturalmente.
Mas, retomando às questões iniciais, depois desta breve viagem no túnel do tempo, será que existe um caminho certo para escolhermos uma profissão que nos dará retorno financeiro? Coincidentemente, na semana que escrevia este texto, em uma data de julho de 2018, conversei, em Café da minha cidade, com um profissional que estava um tanto perdido em sua carreira, falando de muitas dúvidas, mas com uma única certeza, afirmando: preciso ganhar dinheiro, urgente!
Olhando para ele, argumentei que quando escuto está exclamação, imediatamente, sei que existe algo errado. Se uma pessoa tem o foco em ganhar dinheiro, me pergunto se não está esquecendo de algo fundamental: o de conectar-se com o propósito ardente de vida e em como utilizar seus talentos únicos para retribuir à existência. Assim, perguntei o que ele estava disposto a oferecer ao universo (para a vida)? O que pagaria para fazer e não se preocuparia com o retorno? Comece por aí, recomendei, enquanto ele me olhava assombrado. O que eu estava querendo dizer é que precisaria entrar em contato com algo interior, buscar o autoconhecimento e assumir suas escolhas individuais para prosperar na vida. Dava a impressão que ele esperava uma solução externa mágica, como um grande manancial que se abriria do céu e o alimentaria eternamente. Tal coisa não existe, o que existe é um propósito (que é descoberto pelo autoconhecimento), uma fé inabalável em si e no seu desejo de oferecer algo de positivo à existência. Exemplo: um empreendedor que abre um restaurante, antes de pensar em ganhar dinheiro, deve ter um propósito fervoroso em oferecer sabor e alegria às pessoas; um profissional de marketing, deve vibrar por poder impulsionar as ideias e sonhos de seus clientes; um administrador financeiro, deve ter plena alegria por ser fonte de segurança e bem-estar àqueles que confiaram recursos valiosos em suas mãos; um médico deve ter o propósito em oferecer esperança e alívio às pessoas que sentem dor e estão enfermas.
No livro Quem Pensa Enriquece o autor Napoleon Hill afirma que quando alguém deseja realizar algo, ardentemente, ameaçando inclusive sua segurança (financeira, familiar...), é porque está seguro de sua vitória e este é o ponto da virada para o sucesso. O desejo árduo por realizar e a persistência em buscar seu alvo, ecoará para o universo e ele retribuirá “naturalmente”. O que está dentro de você será o que refletirá em seu mundo material.
Tendo esta linha de pensamento, o que constrói o mundo material tem início no que está dentro de você, podemos compreender que a sua mente e os seus pensamentos são os arquitetos de seu retorno financeiro. Ligado a este ponto, lembrei de um livro que caiu nas minhas mãos recentemente, Transformando o Sofrimento em Alegria de Sri Prem Baba, reforça que ao fazermos escolhas de maneira integral, ou seja, considerando a existência por inteiros: seus valores, suas características, seu desejo de realização, sua história, seus sonhos, sua infância perdida, temos a tendência em tomar decisões que não exija grandes esforços, as ações necessárias são mínimas e destas fluem resultados fabulosos.
Então, que tal trilhar uma jornada interior e lá buscar as suas melhores respostas? Ah, sim! Dará mais trabalho do que consultar algum ranking de profissões promissora, não posso negar. Entretanto, a recompensa de você trilhar o caminho de olhar de dentro para fora, investigando seus hábitos, costumes, sonhos, aplicando o conhece-te a ti mesmo, de Sócrates, você compreenderá o mundo inteiro, inclusive o seu lugar profissional.
